domingo, 8 de setembro de 2013

GÊNEROS LITERÁRIOS

Gêneros são as diversas modalidades de expressão literária.
Entre os principais gêneros, temos: o lírico, o épico (ou narrativo), o dramático, etc.

1.       GÊNERO LÍRICO
O gênero é lírico quando predominam, na obra literária, os sentimentos e as emoções. No gênero lírico o escritor revela o seu mundo interior, o seu modo próprio de pensar, de sentir e de interpretar o mundo, as pessoas, as coisas. Por esse motivo, o gênero lírico é subjetivo.
O gênero lírico recebe esse nome porque os poemas eram originalmente recitados ao som de um instrumento musical chamado lira.
Leia os textos a seguir, e observe como neles predominam os sentimentos e as emoções do escritor:

TEXTO I
Já eras moça... Eu, um menino...
Como contar-te o que passei?
Seguiste alegre o teu destino...
Em pobres versos te chorei.
Teu caro nome abençoei.

Vejo-te agora. Oito anos faz,
Oito anos faz que não te via...
Quanta mudança o tempo traz
Em sua atroz monotonia!
Que é do teu riso de alegria?
[Manuel Bandeira, A cinza das horas]

TEXTO II
Tu moça; eu quase velho... Entre nós dois, que horror,
Vinte anos de distância. Entre nós dois, mais nada.
E hoje, pensando em ti, pus-me a sonhar de amor
Somente porque vi por acaso, na estrada,
Sobre um muro em ruína uma roseira em flor...
[Vicente de Carvalho, Poemas e canções]

2.       GÊNERO ÉPICO OU NARRATIVO
No gênero épico, o autor se liberta de seu eu e trata com objetividade o ser humano diante dos mais variados acontecimentos.
As obras épicas ou narrativas são chamadas epopeias, isto é, longos poemas em que um narrador conta e celebra as aventuras e feitos grandiosos de heróis auxiliados por deuses.
Entre as grandes epopeias, podemos citar: Eneida (do poeta romano Virgílio), Ilíada e Odisseia (do poeta grego Homero), a Divina Comédia (do poeta italiano Dante Alighieri) e Os Lusíadas (do poeta português Luís Vaz de Camões, que será estudado no capítulo Classicismo).
Na Divina Comédia o poeta narra sua suposta passagem pelo inferno, purgatório e paraíso. Neste último encontra Beatriz, sua amada. Com Os Lusíadas, Camões narra as grandes navegações portuguesas e suas descobertas além-mar.
A concepção moderna de epopeia inclui também os romances que tratam de temas universais, tais como: Os miseráveis, do escritor francês Victor Hugo; Guerra e paz, do russo Leon Tolstoi; A comédia humana, do francês Honoré de Balzac; O Guarani, de José de Alencar; Os sertões, de Euclides da Cunha; Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa.

3.       GÊNERO DRAMÁTICO
O gênero dramático é um gênero representativo, isto é, atores representam (encenam) um texto. Para dar vida e movimento ao texto, o gênero dramático recorre a luzes, sons, cores, cenários, vestimentas apropriadas, coreografias, etc. As representações teatrais apresentam cenas trágicas (tragédia) ou cômicas (comédia), geralmente com intenção de criticar os costumes da sociedade ou a vida política.

OBSERVAÇÃO:
Dificilmente uma obra se enquadra em apenas um gênero literário. Os romances, por exemplo, apesar de narrativos (épicos, portanto), estão cheios de lirismo.


LEIA, A SEGUIR, O INÍCIO DA PEÇA “O PAGADOR DE PROMESSAS”, DE DIAS GOMES.
PRIMEIRO ATO
Primeiro Quadro
(Olhando a igreja.) É essa. Só pode ser essa.

Rosa pára também, junto aos degraus, cansada, enfastiada e deixando já entrever uma revolta que se avoluma.

Rosa
E agora? Está fechada.

É cedo ainda. Vamos esperar que abra.

Rosa
Esperar? Aqui?

Não tem outro jeito.

Rosa
(Olha-o com raiva e vai sentar-se num dos degraus. Tira o sapato.) Estou com bolha d’água no pé que dá medo.

Eu também. (Num rito de dor, despe uma das mangas do paletó.) Acho que os meus ombros estão em carne viva.

Rosa
Bem feito. Você não quis botar almofadinhas, como eu disse.

(Convicto.) Não era direito. Quando eu fiz a promessa, não falei em almofadinhas.

Rosa
Então: se você não falou, podia ter botado; a santa não ia dizer nada.

Não era direito. Eu prometi trazer a cruz nas costas, como Jesus. E Jesus não uso almofadinhas.

Rosa
Não usou porque não deixaram.

Não, nesse negócio de milagres, é preciso ser honesto. Se a gente embrulha o santo, perde o crédito. De outra fez o santo olha, consulta lá os seus assentamentos e diz: – Ah, você é o Zé-do-Burro, aquele que já me passou a perna! E agora vem me fazer nova promessa. Pois vá fazer promessa pro diabo que o carregue, seu caloteiro duma figa! E tem mais: santo é como gringo, passou calote num, todos os outros ficam sabendo.

Rosa
Será que você ainda pretende fazer outra promessa depois desta? Já não chega?...

Sei não... a gente nunca sabe se vai precisar. Por isso, é bom ter sempre as contas em dia.

Ele sobe um ou dois degraus. Examina a fachada da igreja à procura de uma inscrição.

Rosa
Que é que você está procurando?

Qualquer coisa escrita... pra gente saber se essa é mesmo a igreja de Santa Bárbara.

O PAGADOR DE PROMESSAS
A peça apresenta Zé-do-Burro, homem simples, cheio de religiosidade misturada com superstição e ignorância, que faz a promessa de levar uma enorme cruz até a igreja de Santa Bárbara. Rosa, a esposa, o acompanha.

4.       OUTROS GÊNEROS
Há ainda outros gêneros: o satírico, que coloca em ridículo uma pessoa ou situação; o oratório (discurso, sermão), o epistolar (cartas); o didático (com intenção de ensinar); o humorístico; o jornalístico, etc.

DISCUTINDO OS GÊNEROS
1.       Que são gêneros literários?
2.       Quais são as características do gênero literário?
3.       Que temas o gênero lírico aborda com maior frequência?
4.       Qual é a origem da palavra LIRÍCO?
5.       Em que o gênero lírico difere do gênero épico?
6.       Cite algumas obras famosas (e seus respectivos autores) que pertencem ao gênero épico.
7.       Que é gênero dramático?
8.       Por que as representações teatrais assumem grande importância em nossos dias?
9.       As obras literárias se enquadram apensa dentro de um único gênero?

10.   Que é gênero satírico?

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

2º Ano [Alberto Torres] - Poema de Álvares de Azevedo


LEMBRANÇA DE MORRER
No more! Oh never morer!

Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nenhuma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura
A flor do vale que adormece ao vento:
Não quero que uma nota de alegria
Se cale por meu triste passamento.

Eu deixo a vida como deixa o tédio
Do deserto, o poento caminheiro,
... Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh’alma errante,
Onde fogo insensato a consumia:
Só levo uma saudade... é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade... é dessas sombras
Que eu sentia velar nas noites minhas...
De ti, ó minha mãe, pobre coitada,
Que por minha tristeza te definhas!

De meu pai... de meus únicos amigos,
Pouco - bem poucos... e que não zombavam
Quando, em noites de febre endoudecido,
Minhas pálidas crenças duvidavam.

Se uma lágrima as pálpebras me inunda,
Se um suspiro nos seios treme ainda,
É pela virgem que sonhei... que nunca
Aos lábios me encostou a face linda!

Só tu à mocidade sonhadora
Do pálido poeta deste flores...
Se viveu, foi por ti! e de esperança
De na vida gozar de teus amores.

Beijarei a verdade santa e nua,
Verei cristalizar-se o sonho amigo...
Ó minha virgem dos errantes sonhos,
Filha do céu, eu vou amar contigo!

Descansem o meu leito solitário
Na floresta dos homens esquecida,
À sombra de uma cruz, e escrevam nela:
Foi poeta - sonhou - e amou na vida.

Sombras do vale, noites da montanha
Que minha alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!

Mas quando preludia ave d’aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos...
Deixai a lua pratear-me a lousa!

VOCABULÁRIO:
No more! Oh never more! = Não mais! Oh, nunca mais!
Passamento = morte
Dobre = toque
Desterro = exílio
Errante = sem rumo
Embelecia = tornava belo
Velar = cuidar, proteger
Definhas = esgota, acaba, consome
Seio = coração, peito
Preludia = toca, canta, anuncia
Lousa = túmulo

quarta-feira, 31 de julho de 2013

1º Ano "C" [Alberto Torres] - Material de Aula [Copiar no Caderno]

Denotação e Conotação na Linguagem Literária

Uma mesma palavra, mergulho, pode ter vários significados, conforme o contexto em se encontre.

Curso de mergulho
DENOTAÇÃO
Temos denotação quando a palavra é empregada no seu sentido real, comum, literal. É usada na linguagem científica, informativa, sem preocupação literária.

Mergulho na História
CONOTAÇÃO
Temos conotação quando a palavra assume um sentido fora do costumeiro, um sentido figurado, poético. A conotação é muito usada na linguagem literária.

EXERCÍCIO

1. Diga em que sentido foram empregadas as palavras assinaladas (denotativo ou conotativo).
a. A margem esquerda do rio era coberta por densa floresta.
b. Vivia à margem da sociedade, fugindo de todos.
c. Após anos de luta e sacrifícios, agora era tempo de colher os frutos.
d. Os frutos maduraram, podemos colhê-los.

2. Dê sinônimos das palavras em destaque, que foram empregadas em sentido figurado.
a. Nem tudo na vida são flores; há também espinhos.
b. Alguns são dregraus para outros subirem na vida.

3. As palavras destacadas nas frases a seguir têm sentido denotativo. Invente uma frase com as mesmas palavras, mas em sentido conotativo (figurado).

Exemplo:
- Construímos um muro de PEDRA.
- Ele tinha um coração de PEDRA, não perdoava ninguém.

a. O abacaxi é uma fruta tropical.
b. Você já experimentou a doçura deste mel?


FIGURAS DE LINGUAGEM

As figuras de linguagem (ou figuras de estilo) são recursos usados na fala e na escrita, para dar à comunicação, força, colorido, ênfase, beleza. Esses recursos de linguagem podem ser classificados em três grupos:

- recursos lexicais;
- recursos prosódicos;
- recursos semântico-pragmáticos.

RECURSOS LEXICAIS

COMPARAÇÃO
"O chocolate foi-se transformando numa massa viscosa e marga. Engoliu-o com esforço, como se fosse uma bola de papel."

Na comparação há sempre dois seres, objetos ou ideias expressos, ligados por uma palavra comparativa (como, tal, qual etc.) que estabelece uma relação de semelhança entre os dois termos comparados.

O chocolate era difícil de engolir COMO  uma bola de papel (é difícil de engolir).


METÁFORA
"O Rio é um feriado. São Paulo é uma segunda-feira."

Feriado é um dia alegre e descontraído.
O Rio é uma cidade alegre e descontraída.
A alegria e a descontração são os elementos comuns entre Rio e feriado.

Segunda-feira é um dia sério e tenso.
São Paulo é uma cidade séria e tensa.
A seriedade e a tensão são os elementos comuns entre São Paulo e segunda-feira.

Temos no exemplo duas metáforas, pois na metáfora existe sempre uma comparação implícita (mental) ou um elemento comuns entre os dois termos comparados.

Comparação: O Rio é como um feriado. São Paulo é como uma segunda-feira.
Metáfora: "O Rio é um feriado. São Paulo é uma segunda-feira."


EXERCÍCIO

- Descubra o elemento comum e faça comparações e metáforas.

a. Esta laranja é azeda. O limão é azedo.
b. Esta fruta é doce. O mel é doce.
c. Aquele juiz é frio. O gelo é frio.
d. Meu amigo é forte. O leão é forte.
e. Sugismundo é sujo. O porco é sujo.
f. A estrada está lisa. O sabão é liso.


METONÍMIA
É o emprego de uma palavra por outra, baseando-se numa relação constante entre as duas.

Há metonímia quando se emprega:

a) A marca pelo produto:
Tomamos uma Brahma.
(Brahma = cerveja)


b) O autor pela obra:
"Passa o dia inteiro dentro do hotel lendo Agatha Christie".
(Agatha Christie = livros de Agatha Christie)


c) O lugar pelos habitantes:
O Brasil exporta café.
(Brasil = brasileiros)


d) O lugar pelo produto:
Trouxe de lembrança um panamá.
(panamá = chapéu)


e) A parte pelo todo:
O fazendeiro tinha duzentas cabeças de gado.
(cabeças = gado)


f) O continente pelo conteúdo:
Bebeu um copo de leite.
(copo = leite contido no copo)


g) O abstrato pelo concreto:
A velhice é prudente.
(velhice = velhos)


h) O  instrumento pela profissão:
Não quis ser professor, preferiu o bisturi.
(bisturi = médico)


EXERCÍCIO

- Que tipo de metonímia há nas frases abaixo?

a. A França produz muito vinho.
b. Shakespeare foi traduzido para o português.
c. Na Bahia, provei um prato gostoso.
d. O rei perdeu o trono (= o poder)



CATACRESE

Temos catacrese quando dizemos, por exemplo:
Embarquei no trem hoje cedo.

OBSERVAÇÃO:
Em sentido próprio, quem embarca deveria embarcar num barco e não num trem; e, para quem entra num avião ou num trem para viajar, qual é o termo? Não existe um próprio; temos, então, de lançar mão de um termo impróprio: embarquei num trem.

Catacrese, portanto, é o emprego impróprio de um termo, por não existir termo adequado para designar certas ações, coisas ou qualidades.


EXERCÍCIO

- Assinale com um traço as palavras que indicam catacrese e com dois as palavras que foram empregadas em sentido próprio.

a. A gaivota retesou as asas.
b. Quebraram-se as asas da xícara.
c. Abria a boca de sono.
d. A boca do forno está fechada.
e. Apoiava o braço na cadeira.
f. Quebrou-se a perna do sofá.
g. Um fio de luz entrava pela janela.
h. Pescava com fio de náilon.
i. Enferrujou-se a engrenagem da máquina.
j. Fazemos parte da engrenagem social.
l. Dê-me uma folha de papel.
m. O coelho come folhas.
n. As asas da xícara estão quebradas.
o. O passarinho bateu asas e voou.

terça-feira, 30 de julho de 2013

6º Ano - Alberto Torres

1.  Leia o poema e faça o que se pede.
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

a.  Identifique todos os substantivos presentes no texto.
b.  Entre os substantivos encontrados, transcreva os derivados.
c.  Crie nomes próprios para os seguintes substantivos comuns: cão, gato, homem.
d.  Crie substantivos derivados das seguintes formas primitivas: bicho, homem.
e.  Quantos substantivos abstratos existem no texto? Explique sua resposta.

2.  Separe em coluna os substantivos primitivos e dos derivados.
Cabeleireiro – pé – ferrugem – música – pluma – disco – plumagem – dança – cabelo – pedal – dançarina – ferro – portal


3.  Separe em colunas os substantivos simples e os compostos:
Tesoura – véu – ferrovia – chuveiro – pontapé – guarda-noturno – roupa – guarda-roupa – lobisomem – malmequer – cinza – bicicleta

4.  Copie os substantivos coletivos das frases e diga o que eles significam:
a.  Na dúvida, é sempre bom consultar um dicionário.
b.  A assembleia foi favorável à deposição do presidente.
c.  Nas estradas de Mato Grosso do Sul, vemos muitas manadas.
d.  É preciso preservar a flora brasileira.
e.  Geisla está preparando o enxoval do bebê.
f.  Mariana tem uma verdadeira videoteca em casa.
g.  Na hora do casamento, o coro entoou uma bela canção.

h.  Meu vizinho tem uma frota de táxis.

GABARITO
1.   
a.  Bicho, imundície, pátio, comida, detritos, coisa, voracidade, cão, gato, rato, Deus, homem.
b.  Imundície, voracidade.
c.  Cão: Cão-Guarda / Gato: Mulher-Gato / Homem: Super-Homem
d.  Bicho: bicheira / Homem: humanidade
e.  Voracidade

2.   
Primitivos: pé, música, pluma, disco, dança, cabelo, ferro.
Derivados: cabeleireiro, ferrugem, plumagem, pedal, dançarina, portal.

3.   
Simples: tesoura, chuveiro, véu, roupa, cinza.
Compostos: ferrovia, pontapé, guarda-noturno, guarda-roupa, lobisomem, malmequer, bicicleta.

4.   
a.  Dicionário: conjunto de vocábulos e expressões de uma língua, ciência ou arte;
b.  Assembleia: reunião de pessoas com um objetivo determinado;
c.  Manadas: rebanho de gado;
d.  Flora: conjunto das espécies vegetais de uma região;
e.  Enxoval: conjunto de roupas e demais elementos de quem se prepara para casar ou ter um nenê;
f.  Videoteca: coleção de vídeos;
g.  Coro: conjunto vocal;
h.  Frota: conjunto de veículos pertencentes a uma mesma pessoa ou empresa.


sábado, 13 de julho de 2013

Concurso de Redação do Senado Federal

ATENÇÃO:
Estamos selecionando alunos com aptidão para a escrita, a fim de participarem do Concurso de Redação do Senado Federal, com o seguinte tema: “Buscar voz para ter vez: cidadania, democracia e participação”. Quem se interessar, entrar em contato, pois iremos orientar, avaliar e selecionar os melhores textos para a participação no concurso.
Prof. Max Jefferson

Língua Portuguesa – Alberto Torres 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Trabalho: Figuras de Linguagem – 1º Ano [Alberto Torres]

1.       Nos textos a seguir, há casos de metáfora, metonímia e catacrese. Identifique-os.
a.       “E os suspiros que dou são violinos alheios...” (Mário de Andrade)
b.      Ih... O alfinete está sem cabeça.
c.       Todo brasileiro tem direito a um teto digno.
d.      “Meu coração é um almirante louco que abandonou a profissão do mar...” (Fernando Pessoa)
e.      A receita diz para colocar três dentes de alho e uma cabeça de cebola.
f.        Amanhã o Osório vai pedir a mão de minha filha em casamento.

2.       Identifique a figura que está presente em cada texto: hipérbole, eufemismo, ironia ou perífrase.
a.       “Heresia... Atos contra a moralidade... Talvez essas palavras tenham outra significação para os senhores. Pelo que eu entendo que querem dizer, não posso, de modo algum, aceitar a acusação.” (Dias Gomes)
b.      “Última flor do lácio, inculta e bela...” (Olavo Bilac)
c.       “Auriverde pendão da minha terra natal...” (Fagundes Varela)
d.      “Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo.” (Fernando Pessoa)
e.      – Você me ama?
– Eu? Tenho-lhe grande estima.
f.        “Nada me prende a nada
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.” (Fernando Pessoa)
g.       Você é bem atrevido, não é, queridinho?

3.       Identifique a figura presente em cada texto: paradoxo, antítese, gradação ou prosopopeia.
a.       “Pagamos o débito do passado endividando o futuro.” (Carlos Drummond de Andrade)
b.      “Até o que é belo me pesa nos ombros,
até a poesia acima do mundo,
acima do tempo, acima da vida,
me esmaga na terra, me prende nas coisas.” (Jorge de Lima)
c.       “As árvores estavam carregadas, o mundo era tão rico que apodrecia.” (Clarice Lispector)
d.      “Só quem puder obter a estupidez
Ou a loucura pode ser feliz.” (Fernando Pessoa)
e.      “Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.” (Cecília Meireles)
f.        “Que anjo ou que pássaro
Roubou tua cor
Que ventos passaram
Sobre o teu pudor? (Vinícius de Moraes)

4.       (Fuvest-SP) Considere este trecho de um diálogo entre pai e filho (do romance “Lavoura arcaica”, de Raduan Nassar):
“ – Quero te entender, meu filho, mas já não entendo nada.
 – Misturo coisas quando falo, não desconheço, são as palavras que me empurram, mas estou lúcido, pai, sei onde me contradigo, piso quem sabe em falso, pode até parecer que exorbito, e se há farelo nisso tudo, posso assegurar, pai, que tem muito grão inteiro. Mesmo confundindo, nunca me perco, distingo para o meu uso os fios do que estou dizendo.”

No trecho, ao qualificar o seu próprio discurso, o filho se vale tanto de linguagem denotativa quanto de linguagem conotativa.
a.       A frase “estou lúcido, pai, sei onde me contradigo” é um exemplo de linguagem de sentido denotativo ou conotativo? Justifique sua resposta.

b.      Traduza em linguagem de sentido denotativo o que está dito de forma figurada na frase: “se há farelo nisso tudo, posso assegurar, pai, que tem muito grão inteiro”.