domingo, 6 de novembro de 2011

AS REDES SOCIAIS CONTEMPORÂNEAS

As redes sociais, no Brasil, surgem muito mais como uma necessidade de comunicação entre os jovens que, cada vez mais, estão incorporando aquele individualismo moderno cujo recuo social torna-se meio de sobrevivência, e no qual este indivíduo consegue resgatar sua identidade sem se perder no turbilhão da cidade, em meio à multidão. Dessa forma, é possível expor suas particularidades, necessidades, e mesmo seu descontentamento diante da vida. É bom lembrar que esse “mito da caverna” chamado Internet não contempla mais uma juventude que já nasceu com essas ferramentas disponíveis; se, antes, com advento da “www”[1] os jovens, num mar de curiosidades e descobertas, ainda tinham a oportunidade e possibilidade de serem anônimos e libertos de certas “amarras sociais”; hoje, esse meio de comunicação ocupa o velho procedimento comum às sociedades de um modo geral: relatar acontecimentos diversos, além de uma necessidade mais contemporânea: ser visível numa camada estratosférica.
Assim, as redes sociais passam a ter um poder na vida de cada indivíduo em qualquer fase da vida: aos juvenis, serve de espelho para divulgar sua “personalidade”, suas preferências, e como armamento pesado aos insultos e agressões, os tão banalizados “bullyings”; aos mais “adultos”, funciona como uma espécie de portfólio cujas informações são mais que porta-de-entrada para galanteios e elogios, são verdadeiros convites ao “adquira-me e levarás um excelente produto”.
Mas nem só de exposição pessoal vivem as redes sociais. Elas estão cada vez mais sendo usadas como veículos de informação; nesse sentido, a divulgação de informações que já era veloz, tornou-se vertiginosa. Nada mais escapa aos olhos da sociedade. É a privacidade cada vez mais perdendo espaço para a necessidade de se saber o que acontece com o mundo, com as pessoas, nada escapa. Tudo vira notícia interessante, até mesmo o “bom dia, acabei de tomar meu café da manhã” tão divulgado nos microblogs.
Chegamos à necessidade fatal e culminante de estar informado sobre tudo e todos, e para que possamos sair intactos, ou menos deteriorados, valem as velhas dicas: filtrar conteúdos, relacionamentos, dados e exposições. É o “doce veneno” do qual não podemos mais nos desvencilhar. Em tempos de evidência, o anonimato é uma masmorra, e as redes sociais são a chave para abrir ou fechar essa prisão.  


[1] World Wide Web (que em português significa "Rede de alcance mundial")