Denotação e Conotação na Linguagem Literária
Uma mesma palavra, mergulho, pode ter vários significados, conforme o contexto em se encontre.
Curso de mergulho
DENOTAÇÃO
Temos denotação quando a palavra é empregada no seu sentido real, comum, literal. É usada na linguagem científica, informativa, sem preocupação literária.
Mergulho na História
CONOTAÇÃO
Temos conotação quando a palavra assume um sentido fora do costumeiro, um sentido figurado, poético. A conotação é muito usada na linguagem literária.
EXERCÍCIO
1. Diga em que sentido foram empregadas as palavras assinaladas (denotativo ou conotativo).
a. A margem esquerda do rio era coberta por densa floresta.
b. Vivia à margem da sociedade, fugindo de todos.
c. Após anos de luta e sacrifícios, agora era tempo de colher os frutos.
d. Os frutos maduraram, podemos colhê-los.
2. Dê sinônimos das palavras em destaque, que foram empregadas em sentido figurado.
a. Nem tudo na vida são flores; há também espinhos.
b. Alguns são dregraus para outros subirem na vida.
3. As palavras destacadas nas frases a seguir têm sentido denotativo. Invente uma frase com as mesmas palavras, mas em sentido conotativo (figurado).
Exemplo:
- Construímos um muro de PEDRA.
- Ele tinha um coração de PEDRA, não perdoava ninguém.
a. O abacaxi é uma fruta tropical.
b. Você já experimentou a doçura deste mel?
FIGURAS DE LINGUAGEM
As figuras de linguagem (ou figuras de estilo) são recursos usados na fala e na escrita, para dar à comunicação, força, colorido, ênfase, beleza. Esses recursos de linguagem podem ser classificados em três grupos:
- recursos lexicais;
- recursos prosódicos;
- recursos semântico-pragmáticos.
RECURSOS LEXICAIS
COMPARAÇÃO
"O chocolate foi-se transformando numa massa viscosa e marga. Engoliu-o com esforço, como se fosse uma bola de papel."
Na comparação há sempre dois seres, objetos ou ideias expressos, ligados por uma palavra comparativa (como, tal, qual etc.) que estabelece uma relação de semelhança entre os dois termos comparados.
O chocolate era difícil de engolir COMO uma bola de papel (é difícil de engolir).
METÁFORA
"O Rio é um feriado. São Paulo é uma segunda-feira."
Feriado é um dia alegre e descontraído.
O Rio é uma cidade alegre e descontraída.
A alegria e a descontração são os elementos comuns entre Rio e feriado.
Segunda-feira é um dia sério e tenso.
São Paulo é uma cidade séria e tensa.
A seriedade e a tensão são os elementos comuns entre São Paulo e segunda-feira.
Temos no exemplo duas metáforas, pois na metáfora existe sempre uma comparação implícita (mental) ou um elemento comuns entre os dois termos comparados.
Comparação: O Rio é como um feriado. São Paulo é como uma segunda-feira.
Metáfora: "O Rio é um feriado. São Paulo é uma segunda-feira."
EXERCÍCIO
- Descubra o elemento comum e faça comparações e metáforas.
a. Esta laranja é azeda. O limão é azedo.
b. Esta fruta é doce. O mel é doce.
c. Aquele juiz é frio. O gelo é frio.
d. Meu amigo é forte. O leão é forte.
e. Sugismundo é sujo. O porco é sujo.
f. A estrada está lisa. O sabão é liso.
METONÍMIA
É o emprego de uma palavra por outra, baseando-se numa relação constante entre as duas.
Há metonímia quando se emprega:
a) A marca pelo produto:
Tomamos uma Brahma.
(Brahma = cerveja)
b) O autor pela obra:
"Passa o dia inteiro dentro do hotel lendo Agatha Christie".
(Agatha Christie = livros de Agatha Christie)
c) O lugar pelos habitantes:
O Brasil exporta café.
(Brasil = brasileiros)
d) O lugar pelo produto:
Trouxe de lembrança um panamá.
(panamá = chapéu)
e) A parte pelo todo:
O fazendeiro tinha duzentas cabeças de gado.
(cabeças = gado)
f) O continente pelo conteúdo:
Bebeu um copo de leite.
(copo = leite contido no copo)
g) O abstrato pelo concreto:
A velhice é prudente.
(velhice = velhos)
h) O instrumento pela profissão:
Não quis ser professor, preferiu o bisturi.
(bisturi = médico)
EXERCÍCIO
- Que tipo de metonímia há nas frases abaixo?
a. A França produz muito vinho.
b. Shakespeare foi traduzido para o português.
c. Na Bahia, provei um prato gostoso.
d. O rei perdeu o trono (= o poder)
CATACRESE
Temos catacrese quando dizemos, por exemplo:
Embarquei no trem hoje cedo.
OBSERVAÇÃO:
Em sentido próprio, quem embarca deveria embarcar num barco e não num trem; e, para quem entra num avião ou num trem para viajar, qual é o termo? Não existe um próprio; temos, então, de lançar mão de um termo impróprio: embarquei num trem.
Catacrese, portanto, é o emprego impróprio de um termo, por não existir termo adequado para designar certas ações, coisas ou qualidades.
EXERCÍCIO
- Assinale com um traço as palavras que indicam catacrese e com dois as palavras que foram empregadas em sentido próprio.
a. A gaivota retesou as asas.
b. Quebraram-se as asas da xícara.
c. Abria a boca de sono.
d. A boca do forno está fechada.
e. Apoiava o braço na cadeira.
f. Quebrou-se a perna do sofá.
g. Um fio de luz entrava pela janela.
h. Pescava com fio de náilon.
i. Enferrujou-se a engrenagem da máquina.
j. Fazemos parte da engrenagem social.
l. Dê-me uma folha de papel.
m. O coelho come folhas.
n. As asas da xícara estão quebradas.
o. O passarinho bateu asas e voou.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
terça-feira, 30 de julho de 2013
6º Ano - Alberto Torres
1. Leia o poema e faça o que se pede.
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os
detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um
homem.
a. Identifique todos os
substantivos presentes no texto.
b. Entre os substantivos
encontrados, transcreva os derivados.
c. Crie nomes próprios para os
seguintes substantivos comuns: cão, gato, homem.
d. Crie substantivos derivados
das seguintes formas primitivas: bicho, homem.
e. Quantos substantivos
abstratos existem no texto? Explique sua resposta.
2. Separe em coluna os substantivos primitivos e dos derivados.
Cabeleireiro – pé – ferrugem
– música – pluma – disco – plumagem – dança – cabelo – pedal – dançarina –
ferro – portal
3. Separe em colunas os substantivos simples e os compostos:
Tesoura – véu – ferrovia –
chuveiro – pontapé – guarda-noturno – roupa – guarda-roupa – lobisomem –
malmequer – cinza – bicicleta
4. Copie os substantivos coletivos das frases e diga o que eles
significam:
a. Na dúvida, é sempre bom consultar
um dicionário.
b. A assembleia foi favorável à
deposição do presidente.
c. Nas estradas de Mato Grosso
do Sul, vemos muitas manadas.
d. É preciso preservar a flora
brasileira.
e. Geisla está preparando o
enxoval do bebê.
f. Mariana tem uma verdadeira
videoteca em casa.
g. Na hora do casamento, o coro
entoou uma bela canção.
h. Meu vizinho tem uma frota de
táxis.
GABARITO
1.
a.
Bicho, imundície, pátio, comida, detritos, coisa,
voracidade, cão, gato, rato, Deus, homem.
b.
Imundície, voracidade.
c.
Cão: Cão-Guarda / Gato: Mulher-Gato / Homem:
Super-Homem
d.
Bicho: bicheira / Homem: humanidade
e.
Voracidade
2.
Primitivos: pé, música, pluma, disco, dança,
cabelo, ferro.
Derivados: cabeleireiro, ferrugem, plumagem,
pedal, dançarina, portal.
3.
Simples: tesoura, chuveiro, véu, roupa, cinza.
Compostos: ferrovia, pontapé, guarda-noturno,
guarda-roupa, lobisomem, malmequer, bicicleta.
4.
a.
Dicionário: conjunto de vocábulos e expressões de
uma língua, ciência ou arte;
b.
Assembleia: reunião de pessoas com um objetivo
determinado;
c.
Manadas: rebanho de gado;
d.
Flora: conjunto das espécies vegetais de uma região;
e.
Enxoval: conjunto de roupas e demais elementos de
quem se prepara para casar ou ter um nenê;
f.
Videoteca: coleção de vídeos;
g.
Coro: conjunto vocal;
h.
Frota: conjunto de veículos pertencentes a uma mesma
pessoa ou empresa.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
sábado, 13 de julho de 2013
Concurso de Redação do Senado Federal
ATENÇÃO:
Estamos selecionando alunos com aptidão para a escrita, a fim de
participarem do Concurso de Redação do Senado Federal, com o seguinte tema:
“Buscar voz para ter vez: cidadania, democracia e participação”. Quem se
interessar, entrar em contato, pois iremos orientar, avaliar e selecionar os
melhores textos para a participação no concurso.
Prof. Max Jefferson
Língua Portuguesa – Alberto Torres
quinta-feira, 11 de julho de 2013
Trabalho: Figuras de Linguagem – 1º Ano [Alberto Torres]
1.
Nos textos
a seguir, há casos de metáfora, metonímia e catacrese. Identifique-os.
a.
“E os suspiros que dou são violinos alheios...”
(Mário de Andrade)
b.
Ih... O alfinete está sem cabeça.
c.
Todo brasileiro tem direito a um teto digno.
d.
“Meu coração é um almirante louco que abandonou
a profissão do mar...” (Fernando Pessoa)
e.
A receita diz para colocar três dentes de alho e
uma cabeça de cebola.
f.
Amanhã o Osório vai pedir a mão de minha filha
em casamento.
2.
Identifique
a figura que está presente em cada texto: hipérbole, eufemismo, ironia ou
perífrase.
a.
“Heresia... Atos contra a moralidade... Talvez
essas palavras tenham outra significação para os senhores. Pelo que eu entendo
que querem dizer, não posso, de modo algum, aceitar a acusação.” (Dias Gomes)
b.
“Última flor do lácio, inculta e bela...” (Olavo
Bilac)
c.
“Auriverde pendão da minha terra natal...”
(Fagundes Varela)
d.
“Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo.” (Fernando
Pessoa)
e.
– Você me ama?
– Eu? Tenho-lhe grande estima.
f.
“Nada me prende a nada
Quero cinquenta coisas ao mesmo tempo.” (Fernando
Pessoa)
g.
Você é bem atrevido, não é, queridinho?
3.
Identifique
a figura presente em cada texto: paradoxo, antítese, gradação ou prosopopeia.
a.
“Pagamos o débito do passado endividando o
futuro.” (Carlos Drummond de Andrade)
b.
“Até o que é belo me pesa nos ombros,
até a poesia acima do mundo,
acima do tempo, acima da vida,
me esmaga na terra, me prende nas coisas.” (Jorge de
Lima)
c.
“As árvores estavam carregadas, o mundo era tão rico
que apodrecia.” (Clarice Lispector)
d.
“Só quem puder obter a estupidez
Ou a loucura pode ser feliz.” (Fernando Pessoa)
e.
“Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.” (Cecília Meireles)
f.
“Que anjo ou que pássaro
Roubou tua cor
Que ventos passaram
Sobre o teu pudor? (Vinícius de Moraes)
4.
(Fuvest-SP)
Considere este trecho de um diálogo entre pai e filho (do romance “Lavoura arcaica”, de Raduan Nassar):
“ – Quero te entender, meu filho, mas já não
entendo nada.
– Misturo
coisas quando falo, não desconheço, são as palavras que me empurram, mas estou
lúcido, pai, sei onde me contradigo, piso quem sabe em falso, pode até parecer
que exorbito, e se há farelo nisso tudo, posso assegurar, pai, que tem muito grão
inteiro. Mesmo confundindo, nunca me perco, distingo para o meu uso os fios do
que estou dizendo.”
No
trecho, ao qualificar o seu próprio discurso, o filho se vale tanto de
linguagem denotativa quanto de linguagem conotativa.
a.
A frase “estou
lúcido, pai, sei onde me contradigo” é um exemplo de linguagem de sentido
denotativo ou conotativo? Justifique sua resposta.
b.
Traduza em linguagem de sentido denotativo o que
está dito de forma figurada na frase: “se
há farelo nisso tudo, posso assegurar, pai, que tem muito grão inteiro”.
quarta-feira, 10 de julho de 2013
ESCOLA ESTADUAL ALBERTO TORRES Língua portuguesa – Prof. Max Jefferson
1.
O
texto que você vai ler é o fragmento de uma reportagem que informa ao leitor
hábitos de baleias e golfinhos.
BALEIA E GOLFINHO FICAM LIGADOS QUANDO
DORMEM
Como golfinhos e baleias dormem se
têm de subir para respirar na superfície?
Eles só
dormem na superfície da água. Há mais de uma teoria para explicar o sono desses
bichos. “A mais aceita delas diz que eles não dormem por muito tempo, mas fazem
vários pequenos cochilos, principalmente durante a noite”, conta [...]
Eduardo Secchi, da Fundação Universidade do Rio Grande do Sul. Se dormirem no
ponto, os inimigos aproveitam a distração para atacar.
Mas as
baleias não ficam totalmente paradas na superfície. Elas fazem pequenos
movimentos para se estabilizar. Isso fortalece outra teoria. Alguns
pesquisadores acreditam que os dois hemisférios do cérebro das baleias e
golfinhos funcionam independentemente: enquanto um trabalha, o outro descansa.
Assim, esses animais nunca estariam totalmente adormecidos.
Revista Superinteressante. São Paulo:
Abril de 1997.
a. Releia
o título da reportagem. Na sua opinião, ele determina com clareza o assunto que
será tratado na reportagem?
b. Abaixo
do título aparece um frase, chamada de “olho” da reportagem. Para que serve
essa frase?
2.
Considerando
que o texto foi publicado em uma revista e tem como objetivo informar ao leitor
como golfinhos e baleiam dormem, responda:
a. Que
substantivos próprios são empregados no texto? A que(m) eles se referem?
b. Levando
em conta o tipo de texto e as informações nele contidas, por que essas
referências são importantes para o leitor?
3.
Observe
os verbos destacados no texto.
a. Identifique
o sujeito correspondente a cada um dos verbos e escreva-os, classificando-os.
b. A
que classe gramatical pertence o núcleo de cada sujeito do item anterior?
Determine a classificação dessas palavras.
4.
Do
primeiro parágrafo foram retirados os substantivos: SONO, COCHILOS, DISTRAÇÃO.
a. Esses
substantivos podem ser classificados como concretos ou abstratos?
b. O
que é preciso observar a respeito dessas palavras para fazer essa
classificação?
5.
Escreva
um substantivo derivado dos substantivos abaixo.
BICHO: INIMIGOS:
Agora,
responda. Como se chamam os substantivos dos quais eles se originam?
6.
Como
o substantivo BICHO, também formamos BICHO-CARPINTEIRO, BICHO-DA-SEDA,
BICHO-DE-PÉ, BICHO-PAPÃO.
a. Qual
dessas palavras você não conhece? Procure no dicionário o significado da(s)
palavra(s) que você não sabe o que é e escreva-o.
b. Após
saber o que significam responda: essas palavras pertencem à classe dos
substantivos? Por quê?
c. Como
podem ser classificados?
7.
Agora,
escreva:
O NOME DA
SUA ESCOLA:
O NOME DA
SUA CIDADE:
O NOME DO
SEU PROFESSOR:
a. Como
são classificados os substantivos que dão nome a esses seres e como podem ser identificados
na linguagem escrita?
b. E
na linguagem oral, como podemos reconhecer um substantivo próprio?
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